Madeira é tema da XI
Semana Florestal do Acre
* Ecio Rodrigues
Há dezessete
anos que os engenheiros florestais formados na Universidade Federal do Acre,
Ufac, contribuem, em seu cotidiano profissional, para estabelecer no estado o
que se pode chamar de um Cluster Florestal.
Trata-se
de organizar a exploração da biodiversidade presente na floresta, com o
propósito de elevar sua importância na economia do Acre – até o ponto de desestimular
o investimento no desmatamento.
Afinal,
a informação científica disponível não deixa dúvida quanto ao potencial da diversidade
biológica para propiciar o emprego e a renda que a sociedade demanda: a vocação
florestal do Acre, apesar de repudiada pelos políticos, é reconhecida pela ciência.
É
nesse contexto que o curso de Engenharia Florestal da Ufac realiza anualmente a
“Semana Florestal”, evento dedicado ao fortalecimento da crença de que a estruturação
de um Cluster Florestal constitui a principal, talvez única, alternativa para o
desenvolvimento do Acre.
Em
2007 teve lugar a 1ª edição da Semana Florestal. Sob o slogan “Biodiversidade:
ver a floresta que existe além das árvores”, foram discutidos os impactos da exploração
florestal. No ano seguinte, enfrentou-se o problema do gargalo tecnológico
(“Desenvolvimento Tecnológico e Alternativas Florestais”) e, em 2009, foi a vez
de examinar a tecnologia adequada ao aproveitamento do ecossistema (“Manejo
Florestal de Uso Múltiplo”).
A 4ª
edição da Semana Florestal (“Reservas Extrativistas: fonte de renda
inexplorada”), que aconteceu em 2010, chamou a atenção para o manejo florestal
comunitário como principal legado do Acre na política florestal amazônica.
Depois,
5ª, 6ª e 7ª edições abordaram, sucessivamente, o papel das empresas (“Manejo
Florestal Empresarial: um mercado promissor e sustentável”); a importância da
madeira para a geração de energia (“Biomassa Florestal e Energia Elétrica”); e a
disponibilidade de terras destinadas à conservação da floresta (“Unidades de
Conservação: passaporte para o futuro”).
A
partir de 2014, foram realizadas 3 edições consecutivas consagradas às mudanças
no clima. A “Trilogia das Alterações Climáticas” debateu a importância das
florestas para o equilíbrio do clima (“Floresta sob um novo Clima”); a relação entre florestas e água (“Floresta
e Água: um equilíbrio mútuo”); e, finalmente, o contemporâneo tema do sequestro
de carbono (“Quantificando um novo tempo”).
Agora,
em 2017, a XI Semana Florestal vai se debruçar sobre o mais importante produto
florestal na atualidade: a madeira.
Existe
um número limitado de matérias-primas que são utilizadas em praticamente todos
os produtos consumidos pela humanidade; e desde a revolução trazida pelo
petróleo, esse conjunto de matérias-primas ficou ainda mais concentrado.
É
provável que ninguém, em nenhuma parte do mundo, passe um dia sequer sem fazer
uso ou manter contato com artefatos colocados à disposição do homem graças ao
petróleo e a metais como ferro, alumínio e aço.
Nesse seleto grupo de matérias-primas que estão
presentes em quase tudo o que consumimos também se inclui a madeira. Com uma particularidade,
porém.
Ocorre
que a produção e o emprego da madeira contribuem para a sustentabilidade e, por
conseguinte, para o futuro do planeta.
Você
não se pode falar o mesmo do petróleo, aço, ferro...
De
11 a 15 de dezembro de 2017, na Ufac. Todos lá!
*Professor Associado da Universidade Federal do Acre, engenheiro
florestal, especialista em Manejo Florestal e mestre em Política Florestal pela
Universidade Federal do Paraná, e doutor em Desenvolvimento Sustentável
pela Universidade de Brasília.
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