segunda-feira, 30 de setembro de 2019



Desmatamento retarda chuva, prejudicando safra de soja na Amazônia
* Ecio Rodrigues
Estudo levado a cabo no extremo sul da Amazônia, área que engloba porção do Mato Grosso e Pará e onde se concentra parte considerável da produção de soja no país, reforça a dependência direta que existe entre o desmatamento e a pluviosidade local.
Para os familiarizados com o tema, a intrínseca relação entre água e floresta na Amazônia não é novidade.
Vale lembrar, por exemplo, pesquisa publicada em 2017, realizada por cientistas das universidades de Princeton e Miami (Jaya Khanna, David Medvigy, Stephan Fueglistaler e Robert Walko), demonstrando que em Rondônia passou a chover mais na parte desmatada e menos, na parte com floresta.
Ou seja, de acordo com os estudiosos americanos, o desmatamento é responsável – para o caso de Rondônia, frise-se – pela alagação na parte desmatada e pela seca na área com floresta remanescente.
Desta feita, pesquisa empreendida durante 5 anos por Argemiro Teixeira Filho, sob orientação do professor Marcos Heil Costa, da Universidade de Viçosa, divulgada no conceituado “Journal of Geophysical Research”, propôs-se a analisar de que maneira o desmatamento perturba a distribuição das chuvas.
Consistia, a ideia básica, em entender como a retirada da floresta na Amazônia poderia afetar a distribuição mensal de pluviosidade numa determinada área de influência da localidade em que se deu o desmatamento.
As conclusões a que chegaram os pesquisadores não deixam dúvidas. Os dados por eles obtidos demonstram que a retirada de 50% a 60% da cobertura florestal original pode retardar o regime pluviométrico em até uma semana, em comparação com o que ocorre normalmente.
Ainda que aparentemente não seja muito, para o agronegócio esse retardamento do início das chuvas pode inviabilizar o cultivo de algumas espécies valiosas, tais como soja e milho.
Acontece que, enquanto não começa a chover, o produtor não dá início ao plantio.
Entretanto, essas espécies, carro-chefe do agronegócio nacional, são commodities, ou seja, produtos negociados no mercado futuro e, por isso, sujeitos a rígidos custos e rigoroso calendário de produção.
A produção brasileira perde competitividade na hipótese de não ocorrerem duas safras anuais. Por outro lado, não pode haver irrigação artificial, pois isso aumentaria os custos e – de novo – comprometeria a competitividade perante a produção dos chineses e dos americanos.
Considerando essa dependência do agronegócio em relação ao regime de chuvas, chega-se a um paradoxo, que pode ser expresso da seguinte maneira:
O desmatamento de extensa área de floresta nativa amazônica fornece o solo para cultivo de soja e milho em grande escala, possibilitando a venda dessas espécies no mercado internacional; contudo, a retirada da floresta compromete o regime de chuvas, reduzindo a produtividade e frustrando a comercialização das commodities.
Para resumir, o desmatamento da floresta fornece o solo, viabilizando o cultivo de soja e milho no sul da Amazônia, mas retira a água, o que inviabiliza a produção.
Evidências científicas demonstrando a relação entre desmatamento e pluviosidade na Amazônia não param de surgir e atestam o comprometimento – seja na quantidade ou na distribuição da água – do regime de chuvas na própria região em que houve o desmatamento.
O desmatamento que substitui a floresta por soja, a despeito de legalizado, compromete a água e a competitividade da economia da Amazônia.         
    
*Professor Associado da Universidade Federal do Acre, engenheiro florestal, especialista em Manejo Florestal e mestre em Política Florestal pela Universidade Federal do Paraná, e doutor em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília.

terça-feira, 24 de setembro de 2019



ONGs ajudam a reduzir queimadas na Amazônia, governos nem sempre
* Ecio Rodrigues
Na Amazônia, existe relação direta entre eleições e aumento do desmatamento e das queimadas. Durante o período eleitoral, a taxa de desmatamento sobe e as queimadas se acentuam – em especial quando as eleições são municipais, como as que vão acontecer em 2020.
As razões são, até certo ponto, óbvias. Não se vê, na região, candidato a prefeito ou a governador com potencial eleitoral que não se posicione favoravelmente à ampliação da produção rural, sob o pretexto de melhorar a qualidade de vida do produtor e a dinâmica local da economia.
Veja bem, esses políticos não apoiam, de forma objetiva, a produção de commodities agrícolas em larga escala, quer dizer, o agronegócio exportador – atividade que, por mais inusitado que pareça, pouco tem a ver com o desmatamento e a queimada atualmente praticados na Amazônia.
Trata-se, enfim, da defesa da pecuária extensiva e do agricultor familiar.
O voto desse produtor, como se sabe, é incerto, e o candidato que dele depende quase sempre fracassa. Todavia, é fato que, a despeito do duvidoso retorno eleitoral, o agricultor familiar conta com o apoio incondicional de todos os candidatos ao Executivo e ao Legislativo, em âmbito municipal e estadual. 
O paradoxo consiste no seguinte: ao externar seu respaldo à agricultura familiar, o candidato busca, em verdade, o voto do eleitor urbano, que pouco entende de produção rural e, o pior, não relaciona o apoio à agricultura familiar ao aumento das queimadas – uma prática que ele abomina porque aflige sobretudo quem mora na cidade.
Mas esse eleitor enxerga a tal agricultura familiar sob um olhar romântico. Não percebe que os pequenos e médios produtores se dedicam prioritariamente à criação de gado e, por conseguinte, são hoje os maiores responsáveis pelo aumento do desmatamento e das queimadas.
Esse contexto político não é de agora – persiste há mais de 3 décadas. Os governos estaduais e municipais se revezam, desde o final da década de 1980, quando retornaram as eleições diretas, nesse eterno paradoxo, conferindo incentivo eleitoreiro ao aumento da produção agropecuária, ao mesmo tempo que defendem o controle do desmatamento e das queimadas.
No frigir dos ovos, diante da paralisia decisória dos governantes, as ONGs surgiram como agentes prioritários de execução de projetos dedicados à conscientização e qualificação do produtor na aplicação de práticas alternativas, que inibem o desmatamento e prescindem das queimadas.
Não à toa, parte considerável dos recursos oriundos da cooperação internacional, doados pelos países que se preocupam com a conservação da floresta na Amazônia, é destinada a programas desenvolvidos por ONGs.
Talvez o melhor exemplo disso esteja exatamente no Fundo Amazônia, que o governo, por incompetência sem precedentes, insiste em sabotar.
Parcela vultosa do dinheiro ofertado por Noruega e Alemanha custeou ações voltadas para reduzir as extensões de floresta que anualmente são desmatadas e queimadas na Amazônia.
Diante de sua importante atuação, as ONGs gozam de reconhecimento mundial, obtendo suporte financeiro de fontes diversas e variadas. 
Além de agências ecumênicas, fundações de empresas multinacionais etc., também as sociedades de alguns países se incluem entre esses financiadores.
Esse é o caso da sociedade brasileira, que, notadamente por meio do orçamento da União, sempre apoiou o trabalho levado a cabo pelas ONGs na Amazônia.
Agora, ao que tudo indica, isso pode mudar.

*Professor Associado da Universidade Federal do Acre, engenheiro florestal, especialista em Manejo Florestal e mestre em Política Florestal pela Universidade Federal do Paraná, e doutor em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília.


terça-feira, 17 de setembro de 2019



Ecologistas e a política
* Ecio Rodrigues
Diante da crise ecológica decorrente das mudanças climáticas e, em especial, após a assinatura do Acordo de Paris, cresce na Europa a importância política dos movimentos ecológicos – reunidos, a maior parte, nos partidos verdes.
A dimensão política assumida pelos ecologistas não é novidade. Alguns autores previram essa popularização com entusiasmo, e outros, com duras críticas.
Entre os críticos, as palavras de Hans-Magnus Enzensberger, publicadas em 1976, parecem bem atuais.
Segundo Enzensberger, o movimento ecologista é integrado por grupos diversos. Alguns deles com interesse político menos visível – os indivíduos preocupados com as plantas, os bichos, que incentivam a organização de mutirões para limpeza de praias e que, de maneira geral, são tão ingênuos que parecem até suspeitos.
No entanto, o visionário Enzensberger enfatiza que “a estupidez dessas iniciativas não deve criar dúvidas de que nelas pode estar oculto o germe de possíveis movimentos de massas”.
Continuando, o autor alerta ainda para existência de outro grupo, formado por descendentes do movimento hippie dos anos 70, geralmente dissidentes do protestantismo norte-americano, que ideologicamente tendem ao sectarismo, vivendo em comunidades alternativas que produzem sua própria comida, negando o aparato industrializado e optando por um ambiente natural.
Em que pese a suposta “pureza” desses grupos, alega o autor, não existe neutralidade social na argumentação ecológica. As condições de trabalho nas empresas europeias, no início da Revolução Industrial, evidenciam o caráter classista das questões ecológicas, uma vez que os pobres receberam a maior carga do impacto ambiental causado pelo processo industrial.
Por sinal, assevera Enzensberger, o impacto ambiental do industrialismo só foi alçado à categoria de risco planetário quando alcançou a classe média. O problema não era a insalubridade do chão da fábrica que atingia os mais pobres, mas sua alarmante generalização para outras classes sociais localizadas acima na pirâmide.
Finalmente, há que se considerar ainda a capitulação desses grupos de ativismo ecológico por grandes indústrias, enfatiza o autor. Trata-se, na verdade, de simulação dos empresários para demonstrar sensibilidade ambiental, quando estão interessados em, mais uma vez, que o Estado assuma os custos sociais da recuperação dos danos decorrentes de sua atividade econômica.
Para convencer, os industriais desenvolvem tecnologias de recuperação das áreas degradadas por sua própria poluição, criando dois mercados, um para o produto que sai das suas fábricas e outro para recuperar os danos ambientais do processo de produção.
Nesse momento, pseudoambientalistas industriais se unem aos ingênuos grupos de cidadãos ativistas, financiando campanhas de sensibilização enquanto ampliam sua capacidade de lucro.
Em síntese, Enzensberger considera a crise ecológica um fenômeno oriundo da decadência da sociedade burguesa, que, para se proteger, concebe esta decadência como sendo a decadência do planeta. Isto é, a burguesia se arvora fiel protetora do que ela mesma destruiu.
Nesse contexto, os partidos políticos ditos de esquerda, de maneira geral, têm assumido o debate ecológico como uma crítica à ideologia capitalista, por meio da máxima corriqueira de que “o capitalismo é o culpado”.
Entretanto, o socialismo russo, por sua vez, reforça o autor, também foi, de forma semelhante, agressivo e perdulário para com a natureza – e não logrou modificar a relação de produção que o capitalismo engendrou.
Concluindo, Enzensberger enfatiza que o colapso ecológico se dará por meio de uma crescente escassez que agudizará a pobreza sem destruir a riqueza. Isso trará processos conflituosos, que causarão a crise geral de abastecimento – que, por seu turno, será o ponto central da tragédia ecológica.
A realidade, em 2019, não deixa dúvidas: a crise ecológica é um fato, e a industrialização baseada em petróleo sua principal causa. Os ecologistas acertaram.


*Professor Associado da Universidade Federal do Acre, engenheiro florestal, especialista em Manejo Florestal e mestre em Política Florestal pela Universidade Federal do Paraná, e doutor em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília.


segunda-feira, 9 de setembro de 2019



3.051 focos de queimada no Acre: recorde de agosto para os últimos 16 anos
* Ecio Rodrigues
Pode ser que não exista nenhuma conexão entre o discurso do atual governo do Acre em favor da ampliação da criação de boi (que se insiste em chamar de agronegócio) e o aumento perigoso das queimadas, mas pode ser que sim.
Diante da dúvida, há um fato.
Em 2019, houve maior número de queimadas no Acre nos meses de março, abril, maio e junho, em relação a 2018 – até chegar ao recorde dos últimos 16 anos para o mês de agosto.
Três argumentos costumam ser prontamente sacados pelos gestores para justificar as queimadas: tradição cultural; subsistência familiar; e direito ao uso do fogo. Todavia, nenhum se sustenta.
No que concerne ao primeiro, defende-se que desde os primórdios da ocupação da Amazônia a agricultura de coivara e a queima já eram usadas para formação de roçados de macaxeira e milho.
Ora, mesmo que existissem registros demonstrando que os indígenas faziam emprego das queimadas nos padrões atuais – o que não é o caso –, heranças culturais podem e devem ser modificadas quando se referem a práticas nocivas às sociedades contemporâneas ou não toleradas por estas.
Quanto ao argumento de que o produtor precisa queimar para comer, além de falso, trata-se, efetivamente, de um paradoxo, pois a queimada causa, no médio prazo, o comprometimento agronômico da terra, até o ponto em que o solo deixa de produzir e – aí sim! – pode levar à fome.
Cabe esclarecer, a propósito, que hoje, na realidade do Acre, não existe produtor recém-assentado (a última leva de colonos trazidos pelo Incra remonta aos anos 2000), que necessite queimar para garantir a subsistência de sua família.
Restaria por fim, o argumento do direito do produtor ao uso do fogo.
Muito embora exista certo consenso quanto ao direito que detém o colono de queimar o mato para cultivar roçado de subsistência, padece de razoabilidade o entendimento segundo o qual esse direito legitimaria a prática anual das queimadas.
Ocorre que na primeira hipótese o fogo é uma ferramenta para o colono iniciar seu plantio e garantir, nos meses seguintes, o sustento de sua família. Nada a ver com a segunda, pois a queimada é anual e realizada a título de investimento, para ampliação ou consolidação da produção, quase sempre destinada à criação de boi.
Mas, independentemente de tudo isso e das gritarias que ressoam nas redes sociais, os prejuízos econômicos sociais e ecológicos decorrentes das queimadas no Acre não podem ser tolerados, mesmo que seja necessário: mudar a tradição; distribuir cesta básica aos pequenos produtores; alterar a legislação.
Os gestores responsáveis pelo Instituto de Meio Ambiente, Instituto de Mudanças Climáticas e Secretaria de Meio Ambiente, órgãos diretamente envolvidos com o tema, devem ser responsabilizados.
Aos políticos em mandato, resta a rejeição do eleitor.
Os jornalistas deveriam cobrar uma resposta clara a uma indagação simples: de que maneira o agronegócio da criação de boi poderá ser ampliado sem o consequente aumento dos desmatamentos e das queimadas?
Desde 2005 não se queimava tanto no Acre durante o mês de agosto.
E em 1º de setembro, o conceituado Inpe registrou a ocorrência de 327 queimadas em território estadual. Apenas nesse dia. Era um domingo.
A resposta à pergunta acima é igualmente simples, já que uma coisa está intrinsecamente ligada à outra.
Conclusão: não há futuro para o agronegócio do gado no Acre.


*Professor Associado da Universidade Federal do Acre, engenheiro florestal, especialista em Manejo Florestal e mestre em Política Florestal pela Universidade Federal do Paraná, e doutor em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília.


terça-feira, 3 de setembro de 2019



As queimadas e os estúpidos
* Ecio Rodrigues
Embora tenha herdado um país em franca recuperação, depois de atravessar uma gravíssima crise econômica (a maior em 100 anos), o governo que assumiu em janeiro trabalha pouco e se atrapalha na incompetência – a tal ponto que qualquer assunto pode ser causa de tensão e instabilidade.
O da vez são as queimadas. Por sinal, parece estar na esfera ambiental a parte mais visível do sofrível e temerário desempenho da equipe governamental.
O advento da estação seca na Amazônia, marcada pelo corriqueiro binômio desmatamento/queimadas, desencadeou uma crise sem precedentes – que vai exigir um tempo considerável para ser superada.
A crise decorre, em primeira instância, de uma intrínseca dificuldade, por parte dos gestores, para compreender a dinâmica social, econômica e ecológica que cerca a prática da queimada na realidade amazônica.
Os produtores que empregam o nocivo método o fazem a título de investimento, depois que tomam a complexa decisão de ampliar sua produção. Em mais de 80% dos casos, essa produção se refere à atividade pecuária.
Duas constatações de suma importância resultam daí. Primeiro, que queimar é uma decisão privada de investimento. O produtor não queima por maldade, ou porque odeia os ambientalistas, muito menos sob a absurda intenção de sabotar um governo.
Segundo, que se queima para criar boi – e não para fins de subsistência, para aplacar a fome, tampouco por conta de uma suposta “tradição produtiva” herdada dos índios, como muitos querem fazer crer. Nada disso.
Há certa controvérsia jurídica em relação ao direito do produtor ao “uso do fogo” e à extensão desse direito para alcançar a prática da queimada.
De acordo com o que prevê o Código Florestal, o
produtor pode fazer uso do fogo para finalizar a limpeza do roçado no ano em que é assentado no imóvel rural, de modo a garantir o início de sua produção. Nada a ver com a queimada anual, realizada para limpeza do pasto.
Durante o chamado verão amazônico – que acontece no intervalo de junho a novembro –, a redução das chuvas favorece o investimento em queimadas.
Nesse período, a vida na região se torna um verdadeiro suplício: a fumaça cobre o céu e abafa o clima, potencializando o calor. Do fechamento de aeroportos à internação de pessoas (principalmente idosos e crianças), os transtornos vão se somando – e obviamente os custos econômicos, ambientais e sociais deles advindos são muitos superiores aos eventuais ganhos trazidos pelo aumento do plantel de gado.
Floresta em pé na Amazônia não pega fogo, todo produtor sabe disso. Exceções para os incêndios de 1999 (Roraima) e 2005 (Acre), quando eventos climáticos extremos contribuíram para levar o fogo das queimadas até as florestas.
Não há dúvida científica quanto ao fato de que o aumento do desmatamento retira umidade da área de floresta remanescente, promove a savanização e amplia o risco de incêndios florestais – enfim, cria o ambiente propício à ocorrência de uma tragédia de proporções inimagináveis.
Ações para zerar ou reduzir as queimadas, por incrível que pareça, não fazem parte das prioridades encampadas pelos governos estaduais e municipais na Amazônia. Pelo visto, não fosse a pressão internacional, também não seria prioridade para o governo federal. Ao contrário, a crença (que não guarda nenhum respaldo estatístico) é a de que incentivar o produtor a investir na queimada traz popularidade e voto aos políticos.
Por outro lado, numa reação reconhecida mundo afora, a sociedade amazônica, por meio de suas organizações não governamentais, ou ONGs, não mede esforços para convencer o produtor a abandonar a primitiva prática, fornecendo capacitação no emprego de técnicas agrícolas mais modernas.
Os recursos financeiros para esse importante e solitário trabalho têm origem, quase que exclusivamente, na cooperação internacional. Da mesma forma que vem dos países preocupados com a destruição da floresta amazônica boa parte do dinheiro para controlar o desmatamento e as queimadas.
É aí que entra a estupidez: no momento em que o governo, que evidencia baixo nível técnico e falta de rumo, fica inseguro diante da atuação das ONGs e da ajuda internacional.
Ao invés de oportunidade, os estúpidos enxergam ameaça.

*Professor Associado da Universidade Federal do Acre, engenheiro florestal, especialista em Manejo Florestal e mestre em Política Florestal pela Universidade Federal do Paraná, e doutor em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília.


Livro Ciliar Só Rio Acre

Livro Ciliar Só Rio Acre