Vocação florestal
do Acre ficou nos palanques
* Ecio Rodrigues
Para a geração de
renda, contava-se com a tecnologia do manejo florestal comunitário para produção
de madeira. Desse modo, o Incra entregaria o assentamento aos produtores após a
publicação da licença ambiental.
Esperava-se que, de
posse do plano de manejo e prevendo-se 10 hectares por família, o produtor tivesse
condição de obter uma capitalização inicial, mediante a exploração da madeira, que
viabilizasse a consolidação do assentamento florestal nos anos seguintes.
Em termos gerais, o
propósito era incluir o PAF no Programa Nacional de Reforma Agrária como modelo
de assentamento adequado à realidade florestal da Amazônia, de forma que caísse
por terra a polêmica acerca da redução da área de Reserva Legal. Essa redução,
contudo acabou ocorrendo no Código Florestal de 2012.
A viabilização do
assentamento florestal teria demonstrado que a Reserva Legal de 80% das
propriedades privadas (onde a exploração por meio do manejo florestal é
permitida e a criação de boi, não) está longe de ser improdutiva, como ainda afirmam
alguns políticos.
Mas, nada disso
vingou. De lá prá cá, a criação de boi se consolidou e o desmatamento chegou na
barreira dos 20% do território estadual. Quanto à vocação florestal do Acre,
voltará aos palanques em 2018. Simples assim.
*Professor Associado da Universidade Federal do Acre, engenheiro
florestal, especialista em Manejo Florestal e mestre em Política Florestal pela
Universidade Federal do Paraná, e doutor em Desenvolvimento
Sustentável pela Universidade de Brasília.
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