quinta-feira, 5 de maio de 2011

SBPC e a ocupação da mata ciliar no Rio Acre

            A história da ocupação social e produtiva do Acre está ancorada no uso dos rios como principais vias para transporte de cargas e de pessoas o que fez com que um contingente elevado da população se concentrasse nas margens de seus principais rios. Nas ultimas duas décadas o crescimento desordenado destas ocupações vêm aumentando, indubitavelmente, a pressão sobre os recursos naturais, principalmente dos mananciais de água do Estado.
            O Rio Acre, dentre os cursos d`água localizados no Acre, é o mais ameaçado pela pressão do crescimento populacional e é o que mais sofre com a degradação, pois, trata-se de um  rio que corta oito (8) municípios:: Xapuri, Assis Brasil, Brasileia, Capixaba, Epitaciolândia, Senador Guiomard, Rio Branco e Porto Acre.
            Pode-se observar que a população residente às margens do rio, além de significativa em quantidade e se caracterizar pelas classes sociais menos favorecidas, por sua vez, mantêm relação de dependência com este manancial de água para sua sobrevivência cotidiana.
            Estima-se que, nas ultimas décadas, a evolução do desmatamento nas margens do rio vem provocando impactos irreparáveis na flora e fauna existentes, principalmente nas área de preservação permanentes convertidas para exploração agropecuária que teve início a partir da década de setenta, apesar da lutas travadas de sindicalistas e ambientalistas como Chico Mendes.
            Atualmente os impactos parecem ser mais evidentes, pois já são notados pontos claros de assoreamento, contaminação por despejos de esgoto in natura e outros dados que merecem especial atenção das autoridades que podem decidir.
            Pelos estudos atuais é evidente que a manutenção da floresta ao longo dos rios é de extrema importância para a conservação da biodiversidade, produção de alimentos, pois, além de estabilizar as encostas evitando o assoreamento da calha, servem de abrigo de formas de vida capazes de aumentar a produção de culturas importantes.
            Sendo assim a recuperação de áreas degradadas ainda é possível com utilização de espécies florestais nativas. Pois essas espécies favorecem e contribuem para que  o serviço prestado pelos polinizadores seja realizado na natureza, mantendo assim a biodiversidade do ecossistema.
A Academia Brasileira de Ciência e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência defendem que a importância da manutenção de remanescentes de vegetação nativa nas propriedades e na paisagem transcende os benefícios ecológicos.
Pois ela tem papel importante no condicionamento do solo para o amortecimento das chuvas e a regularização hidrológica, diminuindo erosão, enxurradas, deslizamento e escorregamento de massa em ambientes urbano e rural.

Erica Lima,
 graduanda em Engenharia Florestal 




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Livro Ciliar Só Rio Acre

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