Matéria
de divulgação ampla sobre Projeto Igarapé Santa Rosa
Responsabilidade:
Oscip Andiroba (www.andiroba.org.br)
Projeto de restauração do Igarapé Santa Rosa, em Xapuri, conclui Fase II
Ocorreu
no dia 09 de outubro último, na sede do Ifac no Campus de Xapuri, reunião de
avaliação de encerramento da Fase II do Projeto Igarapé Santa Rosa. Com a
presença de representantes das instituições envolvidas na sua execução. foi
possível discutir os avanços obtidos com relação a restauração do Igarapé Santa
Rosa.
Acontece
que há mais de cinco anos um conjunto de instituições, que envolve a Prefeitura
Municipal, o Fundo Mundial para Vida Silvestre, o WWF da sigla em inglês, a
Oscip Andiroba, a Engenharia Florestal da Ufac, o Ifac de Xapurí, a Engenharia
Civil da Unesp, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e a Associação dos
Moradores do Bairro Bolívia, com recursos financeiros oriundos da Fundação
Banco do Brasil realizam um conjunto variado de atividades no Igarapé Santa
Rosa.
Detalhamento do percurso rural e urbano do igarapé Santa Rosa |
Em
torno de 70% do trajeto do igarapé é percorrido em área considerada rural onde
se encontram seis propriedades em que a criação de gado é a atividade geradora
de renda mais importante. Outros
30% do percurso do igarapé acontece em área considerada urbana, com
predominância de instalações residenciais e pouca, ou nenhuma, atividade
comercial.
Em
ambos os casos a conservação do igarapé foi tratada com indiferença e
despreocupação.
A
equipe de pesquisadores envolvida na execução do projeto, formada por
profissionais em nível de mestrado e doutorado nas áreas de engenharia florestal
e civil observaram de pronto que havia diferenciação significativa no impacto
decorrente da ação entrópica em cada um dos trechos.
Para
o pesquisador da Unesp, Jairo Salim Pinheiro de Lima, enquanto que na porção rural o igarapé
foi degradado devido a substituição da mata ciliar por cultivo de capim, em
área urbana o problema decorre do impacto na área de saneamento básico, com o
despejo de esgoto sem tratamento.
Com relação à
porção urbana do igarapé a tecnologia cadastrada na Rede de Tecnologia Social,
denominada de Fossa Seca ou Fossa Séptica é de simples aplicação, não exige dos
trabalhadores habilidades complexas e, o mais importante, de baixo custo.
Mapa com residencias georreferenciadas participantes do projeto |
Apoiado com recursos da Fundação Banco do
Brasil, a Fase II do projeto possibilitou a instalação de 270 Fossas Sépticas,
atendendo a 100% das residências localizadas no raio de influência do Igarapé Santa
Rosa. Significa que a totalidade do esgoto residencial carreados para o rio
Acre chegará ao Igarapé Santa Rosa após passar por um tratamento sanitário.
A expectativa é de que no curtíssimo
prazo a água que corre no igarapé apresente características visíveis, como cor
e turbidez, de melhoria.
Moradora contemplada com fossa séptica em sua residência |
A
conclusão unânime de todos os participantes é que essa experiência não pode ser
perdida em relatórios de execução que agradam as instituições, mas tem pouca
serventia na vida das pessoas. Pelo contrário, a experiência do Igarapé Santa
Rosa deve ser continuada. Após
a trágica alagação de 2015, Xapurí parece dar sinais de que uma recuperação é
possível. Só depende das pessoas.